Só parece até ser

 A notícia chega e parece o fim do mundo. Achas que não vais ser capaz de continuar a viver, de tomar decisões, de partir em aventuras. Mas não é isso que acontece. A dor é insuportável e assombra-te nos momentos mais inoportunos, mas há esperança. Esperança de que tudo volte a ficar bem. Esperança de que um dia, depois de muita luta, os nossos sonhos se tornem realidade. É a essa esperança que nos agarramos.
 O grande problema disto tudo é quando percebemos que já não há esperança. Ela estava ali num dia e no dia seguinte não estava. Nós continuamos a viver como se ela continuasse connosco, mas é apenas imaginação. É esse clique que nos faz desmoronar, não a causa da situação.
 Não é a morte do meu pai que me destrói todos os dias. O que me destrói é estar no ano que planeei e odiar. O que me destrói é a vida que tenho. O que me destrói é querer mudar e não conseguir. O que me destrói é não conseguir pensar. Quero sair, mas sempre que penso numa maneira de pensar positivo, sou arrastada ainda mais para o fundo. Fico ainda pior do que estava. E digo isso porque tentei uma vez e foi o que aconteceu. Eu conseguia controlar-me, pensava positivo, estava tudo a correr bem. Mas um dia não aguentei e lá estava eu a afogar-me outra vez nas minhas próprias lágrimas. E querem saber mais? Quando me perguntam o que se passa, dou voltas e mais voltas à minha cabeça e não encontro a razão. Há tantos motivos e não há nenhum. Não consigo pensar sequer numa razão! Como espero compreensão se não há nada para dizer?!
 Torna-se tudo mais complicado quando há motivos para sorrir e ser feliz. Se não houvesse, mesmo sem desculpa, havia uma desculpa. Mas há motivos. Há por quem lutar, por quem sorrir e ser feliz. Eu sei que há, mas...é tão difícil escalar o poço todos os dias. É tão difícil...permanecer imaculada.


Tua S, 

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