Sê a tua cara-metade

 Sonho. Queres que continue para sempre. Queres que acabe no segundo em que começa. Realidade enfeitiçada. Os dias são pequenos. As conversas, apesar de constantes, não chegam para descodificar a maravilha do céu infinito. Consegues ver a mesma estrela que eu?
 Negação. Voltas a despertar. A neblina começa a desaparecer. A inconsciência toma posse das ações. Luta entre o certo-lógico e o errado-emocional. A insensatez prevalece, tal como previas. A precipitação em primeiro plano, tal como temias. Consegues sentir o mesmo vento que eu?
 Mágoa. Não há nada a esconder. Diz aquilo que te atormenta e liberta-te. Liberta-te do que te faz mal. Aceita que corres sozinha e avança. Avança para o teu único objetivo. Acredita que nem tudo é para sempre e vive. Vive o presente. Consegues tocar na mesma chuva que eu?
 Leveza. Busca-a todos os dias. Esquece tudo o que sentes, de bom e de mau, e permite-te fazer uma pausa. Não queiras andar à frente da tua própria vida. Protege-te sem pensar nas consequências. Dá gargalhadas profundas. Sê a tua cara-metade. Consegues seguir o mesmo caminho que eu?


 Tua S.

Comentários

  1. Que texto profundo Sónia! Fez-me imaginar a narradora como um holograma na busca da sua "eu" completo ou metade como dizes no meio de tantas incertezas e no fim fundem-se numa só. É o reflexo do íntimo de todos que tentam se encontrar para terem amor próprio.
    Beijinhos
    Miguel
    https://escritalhadaa.blogspot.pt

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    Respostas
    1. É preciso cair muitas vezes para aprender que, em primeiro lugar, estamos nós. E só depois o outro. Espero que saibas aquilo que estou a dizer, e que o sintas, porque só assim consegues viver, feliz, contigo próprio.
      Beijinho Miguel, fica bem :)

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  2. adorei o teu blog! ganhaste uma nova seguidora!
    passa no meu e diz o que achas!
    beijinhos

    https://eyeelement.blogspot.pt/2017/10/i-love-fall-shein-wishlist.html

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  3. O mundo não para. Acontecimentos, bons e maus, acontecem todos os dias. A nuvem negra passou, os sonhos permanecem fortes e a vontade de gritar ao mundo a alegria sentida voltou. Mas as sábias palavras proferidas devem estar sempre presentes, apesar do motivo ter passado para trás das costas. Se hoje não fizerem sentido, garantidamente um dia farão em algum momento talvez tão diferente do que as inspirou a serem escritas. Carregadas de verdade. Uma verdade que se espera que nunca volte, mas certamente aplicáveis a uma infinidade de situações, tão diferentes como semelhantes, das que as motivaram aqui.

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