Sonhadora incurável

 Sou perfecionista. E por isso não escrevo com mais frequência. Quando quero escrever mas não consigo encontrar as palavras certas, simplesmente desisto. E não é só de escrever que desisto.
 Ao longo da minha vida fui deixando sonhos para trás. Já não quero ter uma varinha mágica, não quero ser professora, não quero ser como a barbie, não quero ser cabeleireira. Foram vários os objetos, as personagens ou pessoas e as profissões que deixei de parte. Porque, aos poucos, fui ganhando consciência de onde vivia. Mas mesmo assim continuei a sonhar.
 Quis ser cantora, atriz, tradutora, arqueóloga e psiquiatra. Tive amores platónicos. Tudo isto influências de amigos, meios de comunicação e redes sociais. E, como não podia deixar de ser, também tive problemas com amigas, excelentes professores e outros nem tanto, boas e más notas, paixões e amigos coloridos. Nada sério até aqui. Metade sonho, metade realidade.
 Depois as coisas começaram a mudar. Era altura de tomar decisões, apesar de ainda ser uma adolescente indecisa. Foi a partir daqui que tudo se começou a moldar. A minha maneira de ser, de pensar e de agir; relações familiares, amorosas, entre amigos e professores; pessoas que sempre permaneceram; pessoas que conheceram, gostaram e ficaram; pessoas que não gostaram e foram embora; situações passadas e esquecidas, outras ainda hoje na memória; histórias a serem vividas em conjunto, outras em paralelo: mundo real. Ambições para um futuro bem sucedido: sonhos.
 Hoje, apesar de ainda sonhar, tenho a total consciência do mundo em que vivo. Sei que não basta querer para ter. Sei que dá vontade de desistir quando nos deparamos com problemas, à primeira vista, impossíveis de ultrapassar. Mas também sei que o ser humano consegue sempre arranjar algo por que lutar.
 Em nome de todos os sonhadores, temos a obrigação de lutar pelos nossos sonhos e, principalmente, por aquilo que nos faz felizes. Temos o direito de lutar por um mundo melhor, por uma vida melhor.


Tua S, 

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