Crianças em busca da felicidade

 Um beijo. Um toque. Estamos no paraíso. Desejo de calor e de pele. Desejo de ti. Um quero-te foi dito. Um abraço foi pedido. Um beijo foi dado. Sabes onde estamos? Se não, eu também não. Se sim, não me digas. Gosto de pensar que o mundo desapareceu e nós somos os únicos sobreviventes. Sobreviventes do amor. Sobreviventes por amor.
 Tenho uma luz. Ela diz-me por que caminhos devo seguir para te encontrar. Tenho uma luz e uma esperança. Esperança de tudo e de nada. Esperança de me seres tudo e de nada mau acontecer, porque estamos no paraíso. Consegues ouvi-la? Está a pedir-me para pular. Não percebo, às vezes é muito misteriosa. Continua a insistir para eu pular. Mas pular para onde se estou no paraíso e aqui é tudo transparente? Só há uma coisa que consigo ver, a mais bela e complicada: amor. Achas que devo mandá-la embora por ser chata? Não posso mandá-la embora. Se a mandar embora o amor também vai e assim deixo de te ver. E eu preciso de te ver.
 Ela diz que se arriscar vou ver a felicidade e que para a ver não preciso sair do paraíso. Quero ver a felicidade. Somos umas crianças em busca da felicidade num caminho incerto, lembraste? Vem vê-la comigo e não digas que não podes, porque eu sei o teu segredo. Não digas que tens medo, porque eu descobri. Não digas que não consegues, porque eu vi. Pensava que eu era o teu segredo, aquele que mais importava. Enganei-me e fiquei triste quando soube, por isso não digas que não vens.
 Abro os meus olhos e vejo os teus a sorrir. Sinto o teu perfume e os meus sorriem também. Damos as mãos e sabemos que queremos pular. Aproximo-me de ti e pressinto que há mais segredos. Abraço-te e peço para ser eu o teu único segredo. Beijo-te e, apesar de saber que o meu lugar é onde estou, quero pular contigo para ver a felicidade.
 "Queres?", fica e vem.


  Tua S, 

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