Existência inexplicável

 - Sabes porque há o dia das mentiras? Há muito tempo, um rei anunciou uma mudança no calendário. O ano novo era festejado no dia 1 de abril e depois passou para 1 de janeiro. Houve quem não concordasse com essa mudança e então continuaram a enviar convites para festas e presentes em abril, ficando assim o dia das mentiras.
 ...
 - Na vossa religião, quando é que Deus nasceu?
 - No dia 25 de dezembro.
 - E porque é que os reis magos fizeram aquela viagem para o visitar?
 - Para lhe levar presentes.
 - Pois, mas noutra religião, Deus nasceu em outubro e diz-se que os reis magos foram lá para o matar.
 - Ninguém sabe o que aconteceu ao certo naquela altura.
 - As escrituras da Bíblia foram redigidas 300 anos depois da morte de Cristo, como é que é possível saberem tudo o que aconteceu? Simplesmente não é possível.
 - Concordo contigo.
 - Cada religião tem uma crença. E cada um de nós é dirigido para uma religião. Eu posso acreditar em determinada coisa e tu podes não acreditar. Tudo depende da fé de cada um.
 - Isso verifica-se no facto de eu achar que a vida não tem lógica nenhuma. Nascemos, vivemos e morremos. Somos criados e depois desaparecemos simplesmente. Não faz sentido.
 - Há quem acredite na vida depois da morte.
 - O paraíso, o inferno...
 - Então não acreditas em espíritos?
 - Acredito. Os espíritos vivem enquanto os familiares diretos pensam neles. Quando esses familiares também morrerem, os espíritos deixam de existir, essa pessoa desaparece.
 - E esses espíritos são quem? Transformam-se ou permanecem como eram?
 - Permanecem como eram.
 - A tua explicação não faz muito sentido para mim. Dizes que quando morremos desaparecemos, mas depois também acreditas em espíritos.
 - Eu sei que não faz sentido para as outras pessoas, mas para mim faz. É a minha fé.
 - Sim, eu sei.
 - Então e vamos todos para o mesmo sítio quando morremos?
 - Isso também depende das religiões. Sei de uma pessoa que acredita que as religiões estão separadas "lá em cima".
 - Disseram-me que antes de "entrarmos" no paraíso ou inferno, temos um longo percurso para recordar o que fizemos em vida.
 - Também me disseram que os mortos sabem tudo o que nos acontece, os nossos passos todos.
 - Antes "crer para ver". Eles lá e eu cá.
 - Eu gostava de ver, ter provas. Ver para crer.

 Todas as cartas são postas na mesa e baralhadas. E ninguém é capaz de as organizar. Ninguém é capaz de explicar a razão da vida. Ninguém consegue explicar o que há para além da morte. Milhares de teorias, milhares de opiniões. Porém, nenhuma totalmente verdadeira.


Tua S, 

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