A loucura do amor
Estás à minha espera. Com outro café. Que surpresa agradável. É pena a roda não parar. Importas-te se misturar tudo?
É um querer inexplicável. Acompanhado de uma insegurança desconfortável. Quanto mais sinto, menos digo. Vejo a verdade, imagino a mentira. Certo masoquismo. Habituada à dor, espantada com tamanha bondade. É tanto querer, tanta vontade de mais. Não basta o tudo que me é entregue. Preciso receber mais que tudo. Não há palavras para isso, nem te consigo explicar com clareza o que é querer com tanto querer. Chega a ser sufocante. Para ambos. Um dá tudo, o outro quer mais. Um quer uma pausa, o outro quer dar mais.
No meio de tanto querer, também há tentativas de explicações. É aqui que o passado entra e aí já nada é certo ou errado. Uma lágrima cai e percebemos que estamos no limite. Limite de entrega, limite de exigência. A chama apaga-se e a loucura instala-se. Primeiro a loucura destruidora, segundo a loucura silenciosa e terceiro a loucura mentirosa. Gosto do que sinto. É perturbador, admito. Faz-me explorar caminhos perigosos. Mas é o que mantém viva a loucura de querer tanto.
Obrigada pelo café. Afinal não rodou tanto como pensava. Talvez não precises aparecer amanhã. Se precisar de te ver, olho para o céu.
Tua S, ♥
Misteriosamente belo. Assustadoramente místico. Típicas características do que quem por aqui passa já vai esperando. Principalmente quando se lê, e relê inúmeras vezes os velhos textos, todos eles. Seja sobre que temática for, a escrita é gravitacionalmente atraente. Prende tremendamente o leitor, cativa de uma forma impressionante. E se há página de passagem diária obrigatória, esta é uma delas, pela ânsia de encontrar algo novo, algo tão intensamente belo, tão emocionalmente profundo, tão stressantemente tranquilizante e ao mesmo tempo tão calmamente stressante.
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