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A mostrar mensagens de 2014

Rir para não chorar

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 Passaram-se três dias e ainda bem que apareceste hoje. Sei que só apareces quando eu quero, mas é bom pensar que adivinhas. E que bem que me sabe este café quente.  Lembraste daquela noite que me doía a garganta e perguntaste se eu queria leite com mel? Não sei porquê, sempre fizeste coisas por mim, mas naquela noite fiquei super admirada e por isso perguntei se não te importavas de ir fazer. E tu respondeste, talvez também admirado com a minha pergunta, "Claro que faço, achas que não fazia?". Ficaste a olhar para mim enquanto o bebia, satisfeita. Depois tapaste-me, como todas as outras noites. Recordar este momento sabe-me tão bem. Também gostavas de voltar atrás?  O Natal está a chegar. Esse monstrinho natalício está quase a chegar e tu só apareces aqui. Devias aparecer à meia noite vestido de Pai Natal. Como naquele ano em que desceste as escadas com a minha bicicleta nas mãos. Ou quando fizeste uma criança chorar por causa da barba. Se não quiseres vestir o fato, t...

A loucura do amor

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 Estás à minha espera. Com outro café. Que surpresa agradável. É pena a roda não parar. Importas-te se misturar tudo?  É um querer inexplicável. Acompanhado de uma insegurança desconfortável. Quanto mais sinto, menos digo. Vejo a verdade, imagino a mentira. Certo masoquismo. Habituada à dor, espantada com tamanha bondade. É tanto querer, tanta vontade de mais. Não basta o tudo que me é entregue. Preciso receber mais que tudo. Não há palavras para isso, nem te consigo explicar com clareza o que é querer com tanto querer. Chega a ser sufocante. Para ambos. Um dá tudo, o outro quer mais. Um quer uma pausa, o outro quer dar mais.   No meio de tanto querer, também há tentativas de explicações. É aqui que o passado entra e aí já nada é certo ou errado. Uma lágrima cai e percebemos que estamos no limite. Limite de entrega, limite de exigência. A chama apaga-se e a loucura instala-se. Primeiro a loucura destruidora, segundo a loucura silenciosa e terceiro a loucura menti...

O último momento

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 Quero contar-te tudo. E vou contar-te agora, porque depois... Depois o café arrefece, outro assunto surge, o encanto perde-se, fica tarde e tanta coisa muda... Se me queres ouvir tem de ser agora, porque depois o sentimento é outro. A roda não para, garanto-te. Senta-te e prepara-te.  Os meus olhos abriram-se e o meu estômago apertou-se. Obriguei-me a levantar da cama. Pensei em comer, mas só o simples pensamento de pôr alguma coisa comestível na boca dava-me vómitos. Olhei-me ao espelho e pensei "estás pronta para dar as mãos ao sofrimento e para ignorar tudo e todos" e assim saí de casa.   Vou saltar a parte em que o toquei, me obrigaram a comer, cumprimentei pessoas e não me lembro de nenhuma, abracei umas quantas, dei a mão a outras tantas... Vou diretamente para o último momento. Aquele em que tudo parou. Acreditas que tudo parou mesmo? Não sei se só para mim, mas também pouco me interessa. Não sei quanto tempo esperaram. Não sei quem comovi. Não ouvi ningu...

Trabalhar a brincar

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 O mundo do trabalho não é diferente daquilo a que estava acostumada. Também há cansaço, impaciência, superioridade, falsidade, conversas mesquinhas... Todos querem pisar mas ninguém quer ser pisado. E pensava eu que os adultos, por serem adultos, não eram assim. Chega até a ser deprimente lidar com certas situações, ver e ouvir certas coisas.  Apesar da parte menos boa, gosto desta descoberta. Faz-me crescer. Prepara-me para os dias futuros. Não é brincadeira, mas é como se fosse uma pausa. A pausa que eu precisava. Um ano. Este ano. Tua S,  ♥

Contar sem contar

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 Já escrevi e apaguei. Voltei a escrever, não me soou bem e voltei a apagar. A questão é a seguinte: acabei de ver um filme. Daqueles super, super, super emocionantes. Daqueles que eu gosto. "Gosto do que me  emociona", disse uma vez a um amigo. E por isso preciso de escrever.  Tenho em mente vários assuntos. Mas há um em particular. Sempre que quero escrever e não sei como começar, refugio-me em ti e as palavras saem-me. Como agora. Quero falar sobre tanta coisa. E sei que devia. Guardar não faz bem a ninguém. Guardaste tanta coisa e foi isso que te destruiu. Para quê chatear os outros se podemos guardar para nós?! Nunca o disseste, mas tenho a certeza que era isso que pensavas. Falavas sem falar. Sei-o porque sou como tu. Conto sem contar. Que feitio tramado que me deste, han?  Gostava tanto de ter percebido isso mais cedo. Gostava de te ter dado a mão para me mostrares tudo o que te atormentava. Adorava acordar, olhar para ti e com um simples sorriso p...

Sobrenaturalmente impossível

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 Ficção é ficção. Não é real. Por mais desejos e sonhos, não há maneira alguma possível que torne a ficção realidade. É claro que estou a falar de coisas impossíveis, inimagináveis, sobrenaturais.   Ressuscitar. Quem não gostaria de voltar a abraçar um ente querido que morreu? Infelizmente, é nestas situações que tomamos consciência do quão fraco o ser humano é. Todos nascemos. E todos morremos. Não temos o poder de mudar a ordem natural da vida. Por mais que queiramos. Por mais que sonhemos. Por mais força que façamos para que aconteça alguma coisa, não vai acontecer apenas com um apertar de mãos e um fechar de olhos.   Vejo séries que envolvem bruxas, vampiros, lobisomens, mortos e ressuscitados. Se gostava de viver isso? Adorava! Saber que podia procurar uma maneira de trazer alguém de volta. Saber que no dia a seguir iria abraçar quem um dia partiu. Saber que não há limites. Saber que tinha o poder de fazer o que quisesse. Pois é, não vivo numa série. Viv...

Um dia feliz

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 Há dias simples. Em que a felicidade se resume a uma ida à missa, a uma conversa com um amigo, a umas horas na casa de uma amiga a assistir séries e filmes, à comida da vizinha, a uma brincadeira com a colega, a pegar ao colo os gatos e a uma chamada com o namorado. Felicidade essa que me proporciona um sorriso sentido e desejado.  No final do dia, satisfeita, agradeço por ainda conseguir apreciar as coisas simples da vida. Agradeço a oportunidade de mais um dia feliz. E agradeço por ter o que tenho. Tua S,  ♥

"Sei o que sinto, mas finjo não sentir nada para tentar não sentir"

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 Sei ou penso saber. Finjo ou penso fingir. Sinto ou penso sentir. São tantas coisas! Coisas pequenas, mas tantas. É o livro que não foi comprado, a companhia que foi abandonada, o olá que tarda em chegar e o pássaro que não assobia. A estrela que brilha, o sol que não aquece e a fortuna esquecida. A mão que está distante, a flor que não é regada e o sorriso que foi roubado.   O melhor seria não pensar no assunto. Deixar os dias passarem e o stress acalmar. Deixar que estes pensamentos aleatórios se cansassem de esperar por uma explicação e fossem embora. Deixar de relacionar sentimentos e pessoas que não têm a mínima relação. Infelizmente, em mim tal não é possível. Não consigo esquecer ou separar as coisas.   Por vezes sou como um furacão. Por onde passo, levo tudo à minha frente sem pensar duas vezes. Tenho consciência dos estragos que provoco, claro que tenho. Sei que não devo ser assim, claro que sei. Mas está-me no sangue. Destruo agressivamente e depoi...

1 ano, 12 meses, 365 dias.

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 Faz amanhã um ano. É altura de reviver tudo o que se passou, o que foi sentido e feito. Tenho apenas uma coisa a meu favor: ando irritada e insensível. O que faz com que não desate a chorar só pelo simples facto de olhar para as horas. Sim, é possível sentir mais dor nos dias em que faz X meses ou X anos que alguém morreu. Aconteceu-me isso quando fez um mês. Por saber que naquele dia fazia um mês que o meu pai tinha morrido, desatei a chorar quando menos queria. E em alturas festivas? Também sentimos mais. Estranho, mas compreensível.  Se fosse hoje, se eu tivesse a mentalidade que tenho e soubesse o que sei, tinha feito tudo de maneira diferente. Não só sobre esta situação mas em muitas outras coisas. Não é o que todos queremos? Mudar um momento ou uma vida inteira? Infelizmente, por mais que queiramos, não é possível voltar atrás. Mesmo sabendo isso, continuamos a desperdiçar o tempo com coisas inúteis. E quando menos esperamos, acontece algo inesperado. E a segunda oport...

Ausência ardente

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 É tão difícil deixar-te suave. Não consigo falar sobre ti sem que a minha voz tropece (o que não acontece quando escrevo para ti). Não consigo sentir-te sem saudade. Não consigo pensar-te sem passado, porque é impossível. Tal como não sentir um misto de angustia e raiva quando o assunto és tu. Mas sabias que é possível não te fixar? E é bom viver quando o centro não és tu. Porque quando o és, tu e os problemas que com a tua partida chegaram, viver torna-se insuportável.  Falaram-me do Natal. Instantaneamente se instalou um aperto na garganta e uma enorme vontade de chorar. Perguntaram-me se ia ficar em casa, respondi que sim e as lágrimas surgiram. Não as consegui reter e desabei como há muito tempo não fazia. Surpreendi-me, sabes porquê? Já não me lembrava o quão doloroso é chorar por ti. Não me lembrava daquele segundo em que o mundo parece cair-me aos pés, daquele em que desejo que nada disto tenha acontecido, daquele em que imagino como seria se cá estivesses e daquele e...

Não ao crescimento

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 - Quero ser adulto.  - Tens apenas dez anos, não sabes o que dizes.  - Sei. Quero crescer para poder fazer o que eu quiser.  - Isso não é bem assim. Quando tinha a tua idade também queria ser adulta. Agora?! Quem me dera voltar a ser criança. Voltar a ir para a escola e brincar com os meus amigos. Não me preocupar com nada. Porque criança é isso mesmo. Brincar. Ser feliz a brincar.   - Se calhar tens razão, mas mesmo assim quero ser adulto.  - Quando fores o tão esperado adulto, vais lembrar-te desta conversa e pensar que afinal os adultos sabem o que dizem.   O processo de crescimento é como o cheiro da comida que chega ao quarto e faz crescer água na boca. Quando nos chamam para a mesa, corremos a pensar que vai ser uma deliciosa refeição, mas desiludimos-nos assim que provamos.   A pressa é muita para chegar ao desconhecido. E o arrependimento maior quando se torna conhecido. Eis o crescimento.   Tu...

Querido Diário...

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 Decidi mudar a frequência da minha escrita. Porque não escrever sobre os meus diversos pensamentos e acontecimentos diários? Por mais monótonos que os meus dias sejam nos próximos meses, continuo a ser a mesma. E a paixão pela escrita e, claro, por mudanças permanecem.  Várias vezes este fim de semana dei por mim a pensar que preciso de fazer coisas novas e diferentes. O problema é descobrir algo suficientemente cativante que me entretenha e me encha a alma. Por esta razão, começo já hoje aqui no blogue. Comecei também hoje a ver os primeiros episódios das novas temporadas de Faking It e Grey's Anatomy (mal posso esperar pelas outras séries!), mas isto já faço frequentemente e eu quero algo que nunca tenha feito antes. Algo que eu goste tanto como o conforto que recebo ao ter os meus gatinhos a dormir ao meu colo.  Termino assim com a certeza que a preguiça de hoje não me vai ajudar a descobrir algo novo e diferente.   Tua S,  ♥

Tokio Hotel

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 Por mais tempo que passe, continuo a sentir o mesmo. Ou até mais intensamente. E hoje foi prova disso quando me emocionei ao ouvir algo novo. Tinha tantas saudades.  Tua S,  ♥

Contigo, por ti e graças a ti

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"Se me perguntasses se era assim que esperava o meu futuro à dez anos atrás, eu respondia-te com toda a certeza que não, porque ainda não sabia até onde era possível ir. Provavelmente iria falar-te dos meus sonhos de adolescente e da minha quase nula consciência do difícil caminho que se avizinhava. Para teres uma noção de como eu era naquela altura, a minha capacidade de planear era mais rápida do que pestanejar. E para alguém que ainda não tinha sido deparada com o mundo real, tudo era muito acessível e agradável. Juntando esses dois factos, quase que vivia numa espécie de conto de fadas com direito a varinhas mágicas. Mas a verdade é que a vida não era como eu a imaginava. Os dias foram passando e não aconteceu nada do que planeei. Tive de explorar e descobrir novos caminhos, desta vez devagar. Uns não foram do meu agrado e outros gostei imenso, mas em todos me dediquei de igual forma. Sabes, uma coisa que tentei fazer ao longo destes anos foi nunca desistir. Muitas foram as q...

O amor de ti em mim

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"O amor é o início. O amor é o meio. O amor é o fim. O amor faz-te pensar, faz-te sofrer, faz-te agarrar o tempo, faz-te esquecer o tempo. O amor obriga-te a escolher, a separar, a rejeitar. O amor castiga-te. O amor compensa-te. O amor é um prémio e um castigo. O amor fere-te, o amor salva-te, o amor é um farol e um naufrágio. O amor é alegria. O amor é tristeza. É ciúme, orgasmo, êxtase. O nós, o outro, a ciência da vida.  O amor é um pássaro. Uma armadilha. Uma fraqueza e uma força.  O amor é uma inquietação, uma esperança, uma certeza, uma dúvida. O amor dá-te asas, o amor derruba-te, o amor assusta-te, o amor promete-te, o amor vinga-te, o amor faz-te feliz.  O amor é um caos, o amor é uma ordem. O amor é um mágico. E um palhaço. E uma criança. O amor é um prisioneiro. E um guarda.  Uma sentença. O amor é um guerrilheiro. O amor comanda-te. O amor ordena-te. O amor rouba-te. O amor mata-te.  O amor lembra-te. O amor esquece-te. O amor respira-te. O amor su...

Sem ti é assim

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 Pensava que tinha ultrapassado o medo de viver sem ti, mas não. Pensava que era capaz de coisas que te deixassem orgulhoso, mas não. Pensava que era fácil tornar-me independente, mas não. Estou a ser deparada com situações em que precisava, única e exclusivamente, de ti. E por não estares cá para me ajudar, não consigo resolvê-las sozinha. Não consigo avançar sem a tua presença. Talvez esteja a cometer um erro, mas não posso só pensar em fazer. Tenho de pensar também em estar psicologicamente preparada para o que virá. E neste momento tenho a certeza que não estou.  Nunca fui capaz de perceber muito bem aquelas pessoas que eram incapazes de fazer alguma coisa devido ao seu estado mental. E talvez pense mais do que devia, talvez seja apenas mais uma fase menos boa, mas creio que estou a começar a perceber melhor essas pessoas.   Preciso de tempo para me orientar e preparar. Preciso de um ano para me decidir. Preciso de parar de pensar. E preciso de ti, mais do qu...

"Crescer é a tua obrigação, ninguém te vem ensinar"

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 Nove meses passados. E está tudo tão diferente agora. Gostava de saber se sabes o que está a acontecer cá em baixo e se sabes o que sinto. Aliás, o que eu gostava mesmo era de partilhar contigo a situação presente e de te dar todo o mal-estar que isso me causa. Entregava-te todo este sofrimento para que o levasses para bem longe daqui, já que o causador foste tu e também te foste.  Não estou chateada, apenas sinto a tua falta. Sinto uma tremenda falta de passear contigo. Sinto falta de te dar a mão, de olhar para os teus olhos e de ouvir a voz. Sinto também falta de sentir a horrível dor no meu peito por não te ter. Já não sinto essa dor e isso aterroriza-me. Aterroriza-me porque era o que te mantinha vivo, era o que restava de ti. Não é a mesma coisa sentir falta e dor.  Sabes do que me arrependo? De não te ter dado um beijo de despedida quando entraste para a ambulância. Perguntaste-me se tinha posto tudo na mala e disse que sim. Olhei-te nos olhos e pensei "Vai corr...

Faz, aceita, ama

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 Normalmente só escrevo aqui quando sou invadida por grandes e muitas emoções e preciso de deitar tudo cá para fora. Por isso devo estar a causar alguma confusão às pessoas que me conhecem e seguem, porque o costume é escrever um texto e ficar tudo dito, mas esta semana já lá vão três publicações e parece-me que não disse nada.  Estava a estudar matemática quando comecei a pensar e me deu outra vontade súbita de pôr os meus pensamentos em "papel". E já que referi a matemática, é por aí que vou começar. Adorava tanto, mas tanto que o exame que vou fazer daqui a 5 dias fosse fácil. E mesmo que não o fosse, gostava que, depois destes dias a estudar e a ter explicações, sem contar com o ano que passou, ao menos eu chegasse lá e conseguisse fazer os exercícios. Gostava de dizer que precisei de raciocinar, mas que consegui, que valeu a pena o esforço. E depois, passado menos de um mês, em frente às pautas, gostava de olhar para a minha nota e pensar "fogo, tu és mesmo capaz...

Orgulha-te

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 Sabes aquela sensação de ansiedade e felicidade? Aquele momento em que não sabes se é maior a vontade de rir ou de chorar? Quando já estavas a acostumar-te a uma ideia de "passagem pela vida", mas voltam a dar-te a oportunidade de sonhar? Quando as emoções são tão grandes para um ser tão pequeno? Sem dúvida que é uma das melhores sensações. E este pequeno e bom vislumbre de um futuro longínquo, mas meu, sabe tão bem quanto umas férias despreocupadas numa ilha paradisíaca.  Uma coisa irá permanecer sempre: a consciência do porquê desta luta. Oito meses passados. Dias e mais dias. Meses e mais meses. Anos se passarão sem a tua presença física, mas preenchidos de instabilidade e saudade. Tudo culpa tua. Se podias ter feito as coisas de maneira diferente? Podias. Se quiseste? Duvido.  Olha para mim e orgulha-te daquilo em que me tornei. Um dia levo-te, no meu coração, a uma dessas ilhas paradisíacas, o que me dizes? Tua S,  ♥

Promete-me

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 Adiei e continuo a adiar o inevitável. Mas os dias aproximam-se e não posso fazer nada para o evitar. Podemos tomar pequenas decisões sobre pequenos assuntos, mas ainda não temos o poder de tomar as maiores decisões. E, nesta altura, por mais que queira, não posso simplesmente virar costas ao futuro e àquilo que sei que deve ser feito.   Voltei a acreditar apenas no presente, por ti. Mas pensar no futuro sempre fez parte de mim. E se antes tinha medo de estar contigo, agora tenho medo de não estar. Ambos sabemos que o mundo lá fora está repleto de partidas e não cabe a mim, por mais que queira, estar ao teu lado para te avisar dessas partidas. Tens de ser tu a cair e a levantar-te sozinho. Vais ter de ser tu a explorar as novidades e a não ficar tentado. Vais ter de decorar o caminho de volta para casa.  Descobrir-te, intensificou-te. Saber-te, acentuou-te. A mais pequena ideia de não te pertencer, aterroriza-me. Não quero que me prometas um conto de fadas, mas ac...

Não às decisões

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 Gosto de escrever sobre decisões que tomei ou sobre as que tenho de tomar. Essas decisões levam-me a situações confortáveis ou desconfortáveis, boas ou más. Hoje vou escrever sobre não tomar decisões.  Por vezes, com a correria do dia-a-dia, esquecemo-nos de coisas importantes. Preocupamo-nos com a opinião dos outros e esquecemo-nos de seguir o nosso coração. Queremos parecer bem aos olhos da sociedade e esquecemo-nos de ser felizes. Esquecemo-nos que nem sempre é preciso pensar em decisões e que basta seguir a corrente da maré para encontrarmos aquilo que não sabíamos que era o melhor para nós. E quando pensamos que podemos voltar atrás e fazer tudo de maneira diferente? É apenas uma ilusão. O tempo não recua. A oportunidade de tomar a melhor decisão sem pensar um segundo surge apenas uma vez.   Sei o que deve ser feito, mas não sei fazê-lo. Sei que deixo escapar oportunidades de ser feliz, mas más decisões tomadas no passado fazem-me ponderar melhor o futuro. ...

O meu caminho

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 Faço muitas vezes uma retrospeção do meu passado. Analiso as minhas ações, e critico-as ou glorifico-as. Dizem que não devemos viver o passado, mas penso que é bom olharmos para trás do nosso percurso de vida. Voltar a revivê-lo. Relembrar aquilo que gostaríamos de voltar a sentir para que possamos repetir e aquilo que queríamos apagar da memória para não voltarmos a cometer os mesmos erros.  Especialmente hoje lembrei-me de ti e de tudo o que me fizeste sentir. Meu destino, dizia eu. É engraçado como, depois de tudo o que me fizeste passar, não consigo ver-te como uma pessoa má e posso até dizer que te perdoo. Em relação a ti, é tudo muito confuso, tal como aquilo que sinto quando penso em ti. Apesar disso, sinto paz. Sinto que vivemos a nossa história como tinha de ser vivida e desejo que encontres o caminho da tua felicidade.  Já não quero continuar a estrada em frente na direção do único destino que desejo. Quero virar em todas as esquinas e percorrer todos os cami...

Esquecer por um segundo

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 "Ela agora está aqui ao nosso lado. E o pai também deve estar. Estão os dois a olhar para nós." Palavras inocentes de quem tanto sente. Lágrimas derramadas quando se torna impossível aguentar a saudade no peito. Queremos fugir e gritar, mas sabemos que ficar aqui é o mais acertado a fazer, a suportar o insuportável.  Ainda hoje parece mentira. Esqueço-me. E sinto-te vivo. Ouço o carro, a porta a abrir, o telemóvel a tocar e ouço-te. Espero por alguém, pelas horas, pelos dias e espero-te. Seis meses depois. Esqueço-me. Ouço-te e espero-te. E no segundo a seguir volto a sentir a dolorosa realidade.  Gosto de pensar que estás bem. A sorrir. A mostrar-me o melhor caminho. Orgulhoso de quem cá deixaste. Tento retribuir esse sorriso da melhor forma, mesmo que por vezes acompanhado por alguma tristeza.  "Agora o pai já tem companhia, já não está sozinho. Devem estar aqui mas nós não os vemos. Gostavas de os ver?" Sim, gostava. "Não chores mais. Eu não posso chorar...

Ouvi-te chegar

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 Voltei a ouvir-te chegar. Entraste em casa, fechaste a porta, pousaste as chaves, abriste o casaco... Sabia que a seguir vinhas ter comigo, perguntavas o que eu estava a fazer e davas-me um beijo na testa. Lembro-me do som do teu movimento. Lembro-me da tua presença. Mas aterroriza-me não me lembrar da tua voz. Talvez não me lembre por pensar demasiado sobre isso, ou por querer tanto recordá-la, ou por desejar tanto que voltes, ou por me repreender tanto por pensar assim...  Sei que te disse que estava a conseguir ultrapassar cada dia. E estou. Mas é difícil. E a dor voltou, de um dia para o outro. Não mais forte, mas insistente e dolorosa. Aperta-me o peito e obriga-me a dizer as palavras proibidas. Sabes tão bem quanto eu que não as posso dizer. E desta vez não é pelos dois, mas somente por ti. Pelo teu bem, seja ele qual for, sou capaz de o fazer, mesmo que me destrua por dentro, mesmo que tenha de fingir o que sinto.  Voltei a ouvir-te chegar. E estás a demorar tan...

Dás-me forças

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 As coisas não estão bem, mas também não estão péssimas. Acho que fiquei desorientada quando partiste, mas a habituação faz milagres. E hoje, depois de cinco meses intensos a reaprender a andar, ainda falta descobrir que caminho devo seguir. Apesar disso, os dias vão passando e vou vivendo.  Ficarias magoado se te dissesse que não me lembro da dor de não te ter? Parece que ando indiferente a tudo. Não sinto nada. E adorava continuar assim, mas sei que é só mais uma fase. É bom. Os dias são mais fáceis, passam rápido. Não é como se a minha vida fosse chata. Pelo contrário, é tranquila e mais bonita. Definitivamente, é mais fácil viver assim, sem me preocupar, sem me focar nas pessoas, nos acontecimentos e nos sentimentos. Deixar acontecer, visto que, e isto foi outra das coisas que aprendi, o destino não está nas minhas mãos, não cabe a mim decidir o que se vai passar no dia ou no mês a seguir.  Não me lembro da dor, mas lembro-me de ti. Tinha tantas coisas para te conta...

Rir sem batota

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 Por duas vezes pareceu um sonho. Por duas vezes eu te procurei. Num segundo, feliz pelo momento em si. No segundo a seguir, consciente da triste verdade.  Não sei se me disseste que estava bonita. Não sei se me tiraste alguma fotografia. Não sei se me aqueceste. Não sei se me apoiei em ti. Não sei se dancei contigo. Não sei se estiveste sempre a olhar para mim. Não sei se estiveste ao meu lado. Não sei se eras tu quando eram outras pessoas. Não sei se eras tu quando eu queria que fosses. Não sei se sabes, mas procurei por ti...  Dói não saber se estás comigo, mas dói mais ainda saber que eu não estou contigo. Dói saber que nunca mais vou sentir a serenidade dos teus olhos, a segurança dos teus braços e o conforto das tuas palavras. Dói por doer. Dói procurar por ti e não te encontrar...  Faz parte de mim acordar com um aperto no peito e colocar um sorriso no rosto. Faz parte de mim olhar para a tua fotografia quando vou dormir e desejar que voltes. Faz parte de...

Crianças em busca da felicidade

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 Um beijo. Um toque. Estamos no paraíso. Desejo de calor e de pele. Desejo de ti. Um quero-te foi dito. Um abraço foi pedido. Um beijo foi dado. Sabes onde estamos? Se não, eu também não. Se sim, não me digas. Gosto de pensar que o mundo desapareceu e nós somos os únicos sobreviventes. Sobreviventes do amor. Sobreviventes por amor.  Tenho uma luz. Ela diz-me por que caminhos devo seguir para te encontrar. Tenho uma luz e uma esperança. Esperança de tudo e de nada. Esperança de me seres tudo e de nada mau acontecer, porque estamos no paraíso. Consegues ouvi-la? Está a pedir-me para pular. Não percebo, às vezes é muito misteriosa. Continua a insistir para eu pular. Mas pular para onde se estou no paraíso e aqui é tudo transparente? Só há uma coisa que consigo ver, a mais bela e complicada: amor. Achas que devo mandá-la embora por ser chata? Não posso mandá-la embora. Se a mandar embora o amor também vai e assim deixo de te ver. E eu preciso de te ver.  Ela diz que se arri...

Vai-te para longe

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 Fazes-me tremer. Tremo por te querer largar. Tremo porque não encontro o fim. Tremo porque me assustas. Tremo porque quero voar e nunca mais voltar. Se voasse, não precisava de ti. E era eu. E sorria. E sonhava. E cantava. E dançava. E abraçava. E brincava. E era feliz. E era eu.  Não preciso escrever-te uma carta para saberes como sou. Sabes onde me tocar. Sabes como me prender. E sabes que não te resisto. Chegas suavemente, abraças-me carinhosamente e permaneces horrorosamente. Durante o dia enfrento-te. Durante a noite alio-me a ti.   Quero voar. Vai-te embora. Olha para mim. Olha-me nos olhos. O que vês? Percorre-me a alma e diz-me se gostas do que vês. Estás contente com o que fizeste? Muito bem, agora adormece-me para não te ver partir. Não gosto de ti, nem de despedidas. Por isso adormece-me primeiro.   As flores vão nascer e preciso estar preparada para as colher. É preciso saber colhê-las. É preciso magia. É preciso tempo. E vento. E o vento...

Estou cansada

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 Cansada de lutar contra a tristeza e agonia que teimam em permanecer; de tentar seguir em frente no mesmo caminho, ou pelo menos não retroceder; de tentar superar as minhas metas e alcançar os meus objetivos; de fazer os possíveis para não desiludir quem me quer bem, e a mim própria.   Nada faz sentido. Tudo me parece diferente a cada dia que passa. Não sei se é o mundo que está a mudar ou se sou eu. Ou melhor, acho até que é o mundo que me está a mudar. Não sei se para melhor ou pior. Sei sim que não gosto pensar que é por ele que estou a mudar.   Serenidade, simplicidade e segurança. Dá-me isto e prometo que descubro o melhor de mim.  Tua S,  ♥

O que o vento me trouxe

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 Ouvi-te a chamar por mim. Sabia que não podias ser real. Segui caminho, querendo acreditar que tinha sido apenas a minha imaginação a aventurar-se. Mas chamaste-me de novo. Olhei ao meu redor e não te vi. Fiquei desnecessariamente esperançosa e comecei a pensar na primeira coisa que te deveria dizer quando te voltasse a ver.  Estava a anoitecer e eu ia para casa. Uma rajada de vento fez-me dar um passo atrás e foi nesse instante que te vi. Estavas a sorrir. Corri para ti, mas desapareceste. Procurei-te em todas as esquinas mais próximas, mas não te encontrei. Uma senhora passou por mim e disse "Boa tarde". Não respondi, por não conseguir distinguir a realidade da imaginação e por não perceber porque fugiste de mim.  Entrei em casa e dei-me ao luxo de poder desabar. Chorei pelo vazio que deixaste na minha vida, pela falta que me fazes e pelas saudades que me dás. - Abraçaste-me. Era o teu perfume. - Chorei pelos momentos que passei contigo e por aqueles que não vais es...